sexta-feira, 11 de julho de 2014

A Memória da Pele



A Memória da Pele

Há dias em que o corpo da gente fala mais alto que a razão. 
Que o raciocínio, que a lógica.
Há dias, em que a minha pele acorda sedenta da sua carícia. 
Da sua língua, 
do seu beijo, 
da sua pele, 
do seu corpo sobre o meu!
Nossa pele tem memória! Tem saudades!
Nesses dias a mente serpenteia 
num balé vertiginoso. 
Recordando sensações deliciosas!
A mão que desliza, 
que acaricia, 
que aperta, 
que arranha, 
que penetra indecente!
A língua molhada, ávida!
Que lambe, 
que beija, 
que percorre, 
que se apodera, 
que absorve.
O olhar estremecedor e inquietante, 
desejoso, hipnotizante, 
que atiça e desnuda.
Os pelos roçando, arrepiando, instigando.
Os músculos retesando-se, expandindo-se, 
convertendo-se em gigante de pedra bruta. 
Impondo-se sobre e dentro. 
Invadindo, uma invasão consentida.
Dominando, 
conquistando espaços, 
ocupando-os carinhosa e violentamente! 
Em busca da nascente pura, da água da vida.
Em busca do estremecimento, do grito, do gozo.
Coxas alagadas, gigante de pedra adormecido.
A mente se aquieta, para logo despertar 
e recordar novamente!

Por Madame L./ Lorena Horta

Tela de Heloíza Azevedo 

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